CORRELAÇÕES ENTRE O CONSUMO DE OXIGÊNIO E AS VARIÁVEIS DE FUNÇÃO PULMONAR E ULTRASSONOGRÁFICAS EM INDIVÍDUOS COM SÍNDROME PÓS-COVID

Authors

  • Jéssica Gabriela Messias Oliveira Universidade do Estado do Rio de Janeiro
  • Myllena de Souza Coelho Centro Universitário Augusto Motta
  • Thais Ferreira de Andrade Lima Centro Universitário Augusto Motta
  • Iasmim Maria Pereira Pinto Fonseca Universidade do Estado do Rio de Janeiro
  • Matheus Mello da Silva Universidade do Estado do Rio de Janeiro
  • Marcela Rodrigues Nader Tavares Universidade do Estado do Rio de Janeiro
  • Agnaldo José Lopes Universidade do Estado do Rio de Janeiro
  • Thiago Thomaz Mafort Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Keywords:

Síndrome pós-COVID, Teste cardiopulmonar de esforço, Oscilometria de impulso, ultrassonografia pulmonar, Espirometria

Abstract

Introdução: Síndrome pós-COVID (SPC) é caracterizada pela persistência de sintomas após 12 semanas da fase aguda da COVID-19. Apesar do crescente número de estudos, ainda há lacunas importantes no entendimento do impacto da SPC sobre a capacidade ao exercício. O teste cardiopulmonar de esforço (TCPE) é o exame padrão-ouro para mensuração da capacidade funcional. Outras disfunções podem ser avaliadas por meio da oscilometria de impulso (IOS), da espirometria e da ultrassonografia pulmonar (USP). Uma vez que o COVID-19 tem como alvo primário o sistema respiratório, torna-se fundamental mensurar e acompanhar longitudinalmente a capacidade funcional e a função pulmonar em indivíduos com SPC.  Objetivos: Correlacionar o consumo de oxigênio no pico do exercício (VO2pico) com as medidas de espirometria, IOS e USP em indivíduos com síndrome pós-COVID. Método: Trata-se de um estudo transversal, realizado na Policlínica Universitária Piquet Carneiro (PPC), da UERJ, em adultos com diagnóstico prévio confirmado de SPC. Os indivíduos foram submetidos a um TCPE, que aferiu o VO2pico, expresso em mL/kg/min. A IOS avaliou a frequência de ressonância (Fres), resistência total a 5 Hz (R5), resistência central à 20 Hz (R20) e disfunção pequenas vias aéreas (DPVA) determinada por uma diferença R5-R20 >0,07 kPa/L/s (R5-R20). O protocolo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da PPC-UERJ, sob o CAAE-30135320.0.0000.5259.  Resultados: A amostra foi composta por 60 participantes, sendo 39 (65%) mulheres, com uma média de idade foi de 50 ± 12 anos e índice de massa corporal (IMC) de 29,8 ± 5,29 kg/m2. Na IOS, a mediana da Fres foi 17,5 (12,4–21,9) Hz, de R5 foi de 4,5 (3,8–6) cmH2O/L/s e de R20 foi de 4,2 (3,4–5,3) cmH2O/L/s. A mediana de R5-R20 foi 0,2 (-0,2–1) cmH2O/L/s. Na espirometria, 50 indivíduos (83,3%) apresentaram exame normal. Padrões obstrutivo e restritivo foram observados em 8 (13,3%) e 2 (3,3%) participantes, respectivamente. Na avaliação por LUS, o achado mais frequente foi comprometimento leve no escore de aeração (n=57, 95%), enquanto apenas 1 (1,6%) e 2 (3,3%) apresentaram alterações moderadas e graves, respectivamente. O VO2pico médio foi de 18,4 ± 5,9 mL/kg/min. Houve correlações significativas entre o VO2peak e os seguintes parâmetros: idade: (rs= -0.465 p=0.0002), BMI (rs= -0.354 p=0.0056), Fres (rs= -0.312 p=0.0193) e escore de aeração do LUS (rs= -0.261 p=0.0439). Conclusão: Pacientes com SPC submetidos ao TCPE apresentam alteração da capacidade funcional. Nesses indivíduos, quanto maior a idade e o IMC, pior é o VO2pico. Além disso, USP e IOS alterado também podem estar associados com um menor VO2pico. Esses resultados são promissores já que foram coletados a partir de um equipamento de baixo custo. Mais estudos são necessários para verificar quais fatores podem ser intervenientes na avaliação do VO2pico.

Published

2025-11-12

How to Cite

Messias Oliveira, J. G., de Souza Coelho, M., Ferreira de Andrade Lima, T., Pereira Pinto Fonseca, I. M., Mello da Silva, M., Rodrigues Nader Tavares, M., … Thomaz Mafort, T. (2025). CORRELAÇÕES ENTRE O CONSUMO DE OXIGÊNIO E AS VARIÁVEIS DE FUNÇÃO PULMONAR E ULTRASSONOGRÁFICAS EM INDIVÍDUOS COM SÍNDROME PÓS-COVID. Revista Pulmão, 33(3), 1. Retrieved from https://revistapulmaorj.sopterj.com.br/index.php/ojs/article/view/73

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Suplementos PNEUMO-IN-RIO 2025