RENDIMENTO DIAGNÓSTICO E COMPLICAÇÕES DAS PUNÇÕES TRANSTORÁCICAS GUIADAS POR ULTRASSONOGRAFIA DO SERVIÇO DE PNEUMOLOGIA DA UERJ

Authors

  • Sydnei de Oliveira Junior UERJ
  • Raphael Freitas Jaber de Oliveira UERJ
  • Vinicius Oliveira Rodrigues de Jesus UERJ
  • Luiz Eduardo A. C. L. Pires UERJ
  • Marcela Rodrigues Nader Tavares UERJ
  • Marcus Antonio Raposo Nunes UERJ
  • Isabela Tamiozzo Serpa UERJ
  • Thiago Thomaz Mafort UERJ

Keywords:

Biópsia, Ultrassonografia, Transtorácica, Percutânea, Rendimento

Abstract

Introdução: A biópsia transtorácica percutânea guiada por imagem é fundamental na elucidação de lesões pulmonares e torácicas. Tradicionalmente, a TC tem sido o método de escolha para orientação. Contudo, o avanço da pneumologia intervencionista destaca a ultrassonografia torácica (UST) como alternativa viável e vantajosa. A UST oferece ausência de radiação, monitoramento em tempo real e realização à beira do leito, resultando em menor tempo e maior segurança [1, 2, 3]. Adicionalmente, a condução do procedimento pelo pneumologista, familiarizado com o paciente, otimiza a abordagem diagnóstica e o manejo de intercorrências [1]. Objetivo: Avaliar o rendimento diagnóstico e o perfil de complicações das punções transtorácicas percutâneas guiadas por ultrassonografia, realizadas por pneumologistas no serviço de Pneumologia do Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE/UERJ). Metodologia: Estudo retrospectivo descritivo que analisou dados de 17 pacientes submetidos a biópsia transtorácica guiada por ultrassonografia, no período de agosto de 2024 a julho de 2025. Dos prontuários, incluíram-se: idade, gênero, tabagismo (carga em maços-ano), procedimento prévio, localização e tamanho da lesão (maior eixo), número de fragmentos, intercorrências, adequação da amostra para imunohistoquímica, diagnóstico e necessidade de reabordagem. Variáveis quantitativas foram analisadas por média, mediana, mínimo e máximo; as categóricas, por frequências absolutas e percentuais.  Resultados: A coorte de 17 pacientes apresentou média de idade de 63,82 anos (27–82 anos) e predominância feminina (58,82%). O perfil tabágico mostrou 47,06% de ex-tabagistas (média de 44,57 maços-ano) e 17,65% de tabagistas ativos (média de 98,67 maços-ano). Apenas 3 (17,65%) pacientes tinham procedimentos prévios. As lesões foram predominantemente pulmonares (52,94%, divididas entre os pulmões direito e esquerdo) e mediastinais (23,53%), com outros sítios em 23,53%. O tamanho médio das lesões (maior eixo) foi de 11,03 cm (6,1–16 cm) para os 12 casos com dado disponível. Registrou-se um óbito (5,88%) como intercorrência grave e não houve outras intercorrências. Apenas 1 caso teve amostra inadequada para a realização de imunohistoquímica. O diagnóstico foi estabelecido em 14 pacientes (82,35%), sendo necessária reabordagem em 6 (35,29%).  Discussão: Os achados deste estudo retrospectivo, embora com amostra limitada, fornecem insights valiosos sobre a prática da biópsia transtorácica guiada por UST em nosso serviço. O rendimento diagnóstico de 82,35% (14/17 pacientes) alinha-se com a literatura (88,5% [1] a 90,1% [2]), reforçando a utilidade da UST como modalidade primária para investigação de lesões torácicas acessíveis [3]. Em relação às complicações, um óbito (5,88%) no pós-procedimento destaca a necessidade de monitorização rigorosa. Estudos maiores, como Kumar et al. [1], reportam pneumotórax (2,27%), hemoptise/sangramento (7,95% cada) e dor (12,5%), com raras complicações graves, como embolia aérea (1,14%). Apesar de nossa taxa de óbito ser superior a complicações individuais em estudos maiores, a natureza isolada do evento em pequena coorte exige cautela, reforçando a atenção contínua à segurança do paciente. A reabordagem em 35,29% dos pacientes sublinha a importância do uso de outras modalidades ou da repetição em casos inconclusivos [1]. A predominância de ex-tabagistas e tabagistas ativos na amostra reforça o perfil epidemiológico esperado. Conclusão: Apesar da amostra limitada, este estudo demonstra que as punções transtorácicas guiadas por UST na UERJ apresentam rendimento diagnóstico relevante e perfil de segurança comparável ao descrito na literatura, mesmo com uma intercorrência grave. Esses achados reforçam a capacidade do serviço e validam a UST como ferramenta essencial no arsenal diagnóstico e intervencionista do pneumologista.

Published

2025-11-12

How to Cite

de Oliveira Junior, S., Freitas Jaber de Oliveira, R., Oliveira Rodrigues de Jesus, V., A. C. L. Pires, L. E., Rodrigues Nader Tavares, M., Raposo Nunes, M. A., … Thomaz Mafort, T. (2025). RENDIMENTO DIAGNÓSTICO E COMPLICAÇÕES DAS PUNÇÕES TRANSTORÁCICAS GUIADAS POR ULTRASSONOGRAFIA DO SERVIÇO DE PNEUMOLOGIA DA UERJ. Revista Pulmão, 33(3), 1–2. Retrieved from https://revistapulmaorj.sopterj.com.br/index.php/ojs/article/view/58

Issue

Section

Suplementos PNEUMO-IN-RIO 2025