IMPACTO DA POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA NAS EXACERBAÇÕES DE ASMA EM COMUNIDADES PERIFÉRICAS DA BAIXADA FLUMINENSE (RJ), 2024–2025
Keywords:
Asma, Poluição Atmosférica, Saúde ambiental, Vulnerabilidade social, Rio de JaneiroAbstract
A poluição atmosférica é um fator de risco significativo para a exacerbação da asma, elevando as taxas de internações e atendimentos de emergência. Dados do Instituto Estadual do Ambiente (INEA) indicam que a Baixada Fluminense frequentemente registra índices insatisfatórios de qualidade do ar, em decorrência da alta concentração industrial e do intenso tráfego veicular. Além da maior exposição a poluentes, as comunidades periféricas dessa região enfrentam vulnerabilidades socioeconômicas que podem intensificar o risco de exacerbações e hospitalizações por asma. O objetivo deste estudo foi avaliar a taxa de internações hospitalares por asma (CID J45) em Belford Roxo e Duque de Caxias, os dois municípios mais populosos da Baixada Fluminense/Região Metropolitana do Rio de Janeiro, comparando-as com a capital, no período de junho de 2024 a junho de 2025. Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo, ecológico e quantitativo, baseado em dados secundários. As internações por asma (CID J45) no período analisado foram obtidas no DataSUS, e as estimativas populacionais de 2024, no IBGE. Foram incluídos Belford Roxo e Duque de Caxias, por serem os municípios mais populosos da Baixada Fluminense, além do Rio de Janeiro como referência. As taxas de internação por 100.000 habitantes foram calculadas pela razão entre o número de internações e a população residente. Durante o período estudado, observaram-se diferenças marcantes nas taxas de internação por asma entre os municípios. Belford Roxo apresentou a maior taxa, com 27,6 internações por 100 mil habitantes (143 internações em uma população estimada de 518.263), valor aproximadamente 146% superior ao registrado no Rio de Janeiro. Duque de Caxias apresentou 16,2 internações por 100 mil habitantes (140 internações em uma população de 866.347), cerca de 44% acima da capital. Já o município do Rio de Janeiro, utilizado como referência, apresentou a menor taxa, de 11,2 por 100 mil habitantes (754 internações em uma população de 6.729.894). Esses resultados mostram que Belford Roxo e Duque de Caxias apresentaram taxas expressivamente superiores às da capital, revelando que populações residentes em áreas com piores indicadores de qualidade do ar e maior vulnerabilidade social estão desproporcionalmente expostas aos impactos da poluição atmosférica. Tais achados reforçam a urgência de políticas públicas integradas de saúde e meio ambiente voltadas à mitigação dessas desigualdades.


