MARCADORES INFLAMATÓRIOS E DE LESÃO TECIDUAL NA TUBERCULOSE PLEURAL

Autores

  • Juliana Furtado de Matos Laboratório de Imunopatologia, Faculdade de Ciências Médicas, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), RJ, Brasil
  • Gabriel de Lossio Seiblitz Fachel Rodrigues Laboratório de Imunopatologia, Faculdade de Ciências Médicas, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), RJ, Brasil
  • Marcelo Ribeiro Alves Laboratório de Pesquisa Clínica em Doenças Infecciosas e AIDS, Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI) – Fundação Oswaldo Cruz
  • Roberto Stefan de Almeida Ribeiro Laboratório de Imunopatologia, Faculdade de Ciências Médicas, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), RJ, Brasil
  • Veronica Schmitz Laboratório de Hanseníase, Instituto Oswaldo Cruz, Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), Rio de Janeiro, Brasil
  • Thiago Thomaz Mafort Serviço de Pneumologia e Tisiologia, Hospital Universitário Pedro Ernesto, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), RJ, Brasil
  • Ana Paula Santos Serviço de Pneumologia e Tisiologia, Hospital Universitário Pedro Ernesto, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), RJ, Brasil
  • Luciana Silva Rodrigues Laboratório de Imunopatologia, Faculdade de Ciências Médicas, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), RJ, Brasil

Palavras-chave:

tuberculose pleural, marcadores inflamatórios, lesão tecidual

Resumo

Introdução: A tuberculose pleural (TBPl) é marcada por uma resposta imune compartimentalizada na cavidade pleural, envolvendo populações distintas de leucócitos e mediadores inflamatórios, que têm sido associados tanto à resposta protetora quanto à lesão tecidual no microambiente pleural. Objetivos: Identificar marcadores moleculares de lesão tecidual e inflamação na TBPl em comparação com derrames pleurais de outras etiologias não tuberculosas (nTB), utilizando dados laboratoriais e clínicos. Métodos: Estudo transversal, incluindo pacientes provenientes do Serviço de Pneumologia e Tisiologia do Hospital Universitário Pedro Ernesto - Universidade do Estado do Rio de Janeiro (HUPE-UERJ), de 2015 a 2020. Foram analisadas amostras de líquido pleural (LP) e soro de pacientes com derrame pleural por TBPl e causas nTB. A quantificação de Mieloperoxidase (MPO), Metaloproteinase-9 de matriz (MMP-9) e Elastase de neutrófilos foi realizada por ensaio imunoenzimático (ELISA), e das citocinas inflamatórias (TNF, IL-1b, IL-6, IL-8, IL-10, IL-12p70) por citometria de fluxo. Dados sociodemográficos, clínicos e laboratoriais coletados por questionário e prontuário eletrônico. Procedimentos aprovados pelo Comitê de Ética em Pesquisa do HUPE-UERJ (1.100.772). Resultados: Foram incluídos 112 pacientes (60 TBPl, 52 nTB), mediana de 48 anos, 58% do sexo masculino. Pacientes com TBPl apresentaram predominância de derrames pleurais de média a alta complexidade no ultrassom (complexos não-septado e septado), enquanto o grupo nTB, derrames de baixa complexidade (homogêneo ecogênico) (p = 0,017). Os níveis de TNF (p = 0,006), IL-6 (p = 0,001) e IL-8 (p = 0,003) estavam significativamente elevados em TBPl, enquanto a IL-10 (p = 0,002) se mostrou elevada no grupo nTB. Os níveis de MPO (p = 0,018) e MMP-9 (p = 0,004) foram significativamente elevados no líquido pleural de pacientes do grupo TBPl, enquanto Elastase não mostrou diferença entre os grupos (p = 0,16). Ao analisar o perfil de citocinas e enzimas de acordo com a predominância de células mononucleares (MN) ou polimorfonucleares (PMN), foi visto que TNF (p < 0,001) estava elevado nos derrames PMN do grupo TBPl, IL-10 nos derrames MN do grupo nTB (p = 0,003) e IL-8 apresentou aumento significativo nos derrames PMN de ambos os subgrupos. Ainda, IL-8, MMP-9 e Elastase estavam elevados em pacientes com derrames de média/alta complexidade (p= 0,009, p = 0,06 e p = 0,04, respectivamente). Conclusões: Níveis elevados de citocinas pró-inflamatórias (TNF, IL-6 e IL-8) e de enzimas degradadoras de matriz extracelular (MPO, MMP-9 e Elastase), associados à derrames de maior complexidade evidenciados em ultrassom, corroboram a hipótese de que a TBPl apresenta derrames pleurais de maior gravidade, resultados que sugerem que assinaturas imunoinflamatórias específicas e vias de degradação de matriz extracelular podem contribuir para as características fisiopatológicas da doença e, ainda, contribuir com potenciais alvos para melhor investigação diagnóstica e monitoramento terapêutico.

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Publicado

2025-11-12

Como Citar

Furtado de Matos, J., de Lossio Seiblitz Fachel Rodrigues, G., Ribeiro Alves, M., de Almeida Ribeiro, R. S., Schmitz, V., Mafort, T. T., … Silva Rodrigues, L. (2025). MARCADORES INFLAMATÓRIOS E DE LESÃO TECIDUAL NA TUBERCULOSE PLEURAL. Revista Pulmão, 33(3), 1–2. Recuperado de https://revistapulmaorj.sopterj.com.br/index.php/ojs/article/view/258

Edição

Seção

Suplementos PNEUMO-IN-RIO 2025