INCIDÊNCIA DE TUBERCULOSE NO TERRITÓRIO BRASILEIRO

PERFIL CLÍNICO E SOCIOEPIDEMIOLÓGICO NO PERÍODO DE 2015-2022

Resumo

Introdução: Tuberculose (TB) é uma doença infectocontagiosa causada pelo M. tuberculosis. Apesar de amplamente conhecida, TB continua sendo uma preocupação em países em desenvolvimento devido ao impacto significativo na morbimortalidade.  Objetivos: Analisar os casos confirmados de tuberculose no Brasil por região de residência e ano do diagnóstico, abrangendo o período de 2015 a 2022; levando em conta suas características epidemiológicas, sociais e de saúde.  Métodos: Este estudo adota uma abordagem descritiva e quantitativa, sendo um estudo ecológico de série temporal. Para sua realização, foram coletados dados secundários disponíveis no Departamento de Informação do Sistema Único de Saúde (DATASUS), específicos da subseção do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), sobre casos de TB no Brasil, além de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A análise descritiva dos dados foi realizada por meio de frequência absoluta (N) e relativa (%). Para as ocorrências brutas de casos calculou-se a taxa de incidência (TI) de TB.  Resultados: Foram contabilizados um total de 559169 casos de TB. Observou-se aumento geral nesses números ao longo dos anos, com exceção de uma breve queda em 2020. Essa tendência ocorreu em todo país, com a região Norte registrando a maior TI, o que aponta para disparidades geográficas e socioeconômicas na distribuição da doença. A incidência mais alta foi observada em adultos jovens, 20 a 39 anos, sexo masculino e da cor parda. A distribuição desigual dos casos por idade, gênero e cor/raça reflete a complexa interseção entre fatores sociais, econômicos e de saúde na determinação do perfil epidemiológico da doença. Além disso, as comorbidades associadas à TB, desempenham um papel crítico no curso da doença e na resposta ao tratamento. Ademais, a forma pulmonar da TB foi a mais comum, representando 84,49% de todos os casos notificados ao longo do período estudado. Esses aspectos reforçam a necessidade de abordagem integrada que vá além da infecção bacteriana para um manejo mais eficaz da doença.  Conclusão: Em síntese, o estudo enfatiza a urgência de fortalecer as estratégias de prevenção, diagnóstico e tratamento da TB, além de abordar de forma integrada as comorbidades associadas, visando reduzir sua incidência e impacto na saúde pública do Brasil.