PERFIL EPIDEMIOLÓGICO E FUNCIONAL DE PACIENTES COM HIPERTENSÃO PULMONAR TROMBOEMBÓLICA CRÔNICA DO AMBULATÓRIO DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PEDRO ERNESTO
Palavras-chave:
Hipertensão pulmonar, Tromoboembolismo, PerfilResumo
Introdução A hipertensão pulmonar tromboembólica crônica (HPTEC) é uma complicação grave do tromboembolismo pulmonar, caracterizada por obstrução mecânica e remodelamento vascular persistente, levando a sobrecarga do ventrículo direito e limitação funcional progressiva. O Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE) é centro de referência para o acompanhamento desses pacientes. O objetivo deste trabalho foi traçar o perfil clínico, funcional, hemodinâmico e de imagem dos pacientes com HPTEC acompanhados no ambulatório especializado da instituição. Métodos Foi realizada análise transversal dos dados de 12 pacientes com diagnóstico confirmado de HPTEC. Foram coletadas informações demográficas, classe funcional (NYHA), parâmetros hemodinâmicos (PAPm, RVP, POAP, PSAP), teste de caminhada de seis minutos (TC6M), biomarcador pro-BNP e achados de imagem (cintilografia e angiotomografia computadorizada – AngioTC). Resultados A idade média foi de 55 anos (36–77). A distribuição da classe funcional variou de I a IV, com predominância em I–II, mas 33% dos pacientes encontravam-se em III–IV. A média da pressão média da artéria pulmonar (PAPm) foi de 52 mmHg (31–67), com resistência vascular pulmonar média de 9,5 WU (3,2–18). A distância média percorrida no TC6M foi de 312m (199–420). O pro-BNP apresentou média de 613 pg/mL (35–1686), com valores progressivamente mais elevados nas classes funcionais avançadas. A cintilografia ventilação-perfusão foi positiva para TEP crônico em 58% dos pacientes, enquanto a AngioTC confirmou TEP em 50% dos casos avaliados, majoritariamente em localização distal. Conclusão Os pacientes acompanhados no ambulatório de HPTEC do HUPE apresentam média etária de meia-idade, heterogeneidade clínica, mas com predomínio de casos graves e de alta complexidade. Observou-se uma clara correlação entre a classe funcional mais avançada e maiores níveis de pro-BNP, menores distâncias no teste de caminhada de seis minutos e valores mais elevados de PAPm, confirmando a associação entre a progressão clínica, a sobrecarga hemodinâmica e a limitação funcional. O padrão de acometimento distal identificado pela AngioTC reforça os desafios terapêuticos na indicação de endarterectomia. Esses achados contribuem para o conhecimento do perfil epidemiológico e funcional dessa população em centro de referência.


