TRINTA MESES DEPOIS DA INFECÇÃO AGUDA PELO SARS-COV-2

QUAIS SÃO OS ACHADOS TOMOGRÁFICOS DO TÓRAX EM 103 PACIENTES AVALIADOS EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO?

Authors

  • Carla Rodrigues do Amaral Azevedo Programa de Pós-graduação em Ciências Médicas da Universidade Federal Fluminense - UFF
  • Jocemir Ronaldo Lugon Programa de Pós-graduação em Ciências Médicas da Universidade Federal Fluminense - UFF
  • Guilherme Schittine Bezerra Lomba Programa de Pós-graduação em Ciências Médicas da Universidade Federal Fluminense - UFF
  • Alessandro Severo Alves de Melo Universidade Federal Fluminense - UFF
  • Joeber Bernardo Soares de Souza Universidade Federal Fluminense - UFF
  • Paloma Ferreira Meireles Vahia Universidade Federal Fluminense - UFF
  • Natália Fonseca do Rosário Universidade Federal Fluminense - UFF
  • Marcos César Santos de Castro Universidade Federal Fluminense - UFF

Keywords:

Tomografia Computadorizada, Covid-19, Condição Pós Covid-19

Abstract

INTRODUÇÃO: A tomografia computadorizada do tórax permite identificar alterações estruturais residuais pulmonares, oferecendo dados importantes para o diagnóstico diferencial, além de ajudar no monitoramento da evolução clínica. Os achados tomográficos mais frequentes em pacientes com Condição Pós COVID-19 (PCC) são as opacidades em vidro fosco, alterações reticulares, bronquiectasias de tração, bandas parenquimatosas e áreas de aprisionamento aéreo. Os estudos ainda são controversos acerca dos achados tomográficos a longo prazo quando comparados com a permanência dos sintomas respiratórios em um percentual de pacientes com PCC.    OBJETIVO: Descrever os achados tomográficos do tórax em 103 pacientes, 30 meses após a infecção aguda pelo SARS-COV-2 MÉTODO: Estudo observacional analítico e transversal com 103 pacientes adultos, diagnosticados com COVID-19, atendidos no ambulatório do HUAP - UFF. Todos os pacientes realizaram tomografia computadorizada do tórax com estudo em alta resolução, sem contraste, 30 meses após a infecção aguda pelo SARS-COV-2. Os pacientes foram escaneados na posição supina durante uma fase de apneia ao final da inspiração máxima, acrescidos de uma fase expiratória de modo a intensificar áreas de aprisionamento aéreo. Foram descritas as frequências das opacidades em vidro fosco, alterações reticulares, bronquiectasias de tração, bandas parenquimatosas e áreas de aprisionamento aéreo nos 103 pacientes. Em um segundo momento, serão comparados esses achados entre pacientes com PCC e sem PCC por sintomas respiratórios. Para análise das frequências serão utilizados os teste exato de Fisher e Qui-quadrado, através do software SPSS v.20.0, com significância estatística com p<0,05. O projeto foi aprovado pelo CEP/UFF (CAAE: 76628417.0.0000.5243). RESULTADOS: Foram avaliados 103 pacientes, (70% do sexo feminino, média de idade de 56,16 ± 15,37 anos, peso 78,15 ± 15,64 kg, altura de 1,62 ± 0,08 m, IMC de 29,86 ± 5,28 kg/m²). História prévia de tuberculose foi identificada em 8 pacientes (7,76%). Quanto ao tabagismo, 6 (5,82%) eram tabagistas ativos e 37 (35,92%) ex-tabagistas, com carga tabágica média de 13,82 ± 29,47 maços/ano. A PPC foi identificada em 23 pacientes (22,33%), sendo a dispneia o sintoma mais prevalente, em 19 (90,47%) pacientes. Na avaliação da TC do tórax, 74 pacientes (71,84%) apresentaram pelo menos 1 alteração. Os principais achados foram: aprisionamento aéreo, com 48 pacientes (46,60%), bilobar em 6 (12,50%) e multilobar em 42 (87,50%), opacidades em vidro fosco em 45 pacientes (43,69%), unilateral em 8 (17,78%) e bilateral em 37 (82,22%) pacientes, presença de bandas parenquimatosas em 34 (33,01%),  unilateral em 13 (38,24%) e bilateral em 21 (61,76%). Outros achados incluíram reticulações 23 pacientes (22,33%), espessamento de septos 20 pacientes (19,42%), consolidação 11 pacientes (10,68%), distorção arquitetural 5 pacientes (4,85%) e linfonodomegalia 3 pacientes (2,91%). Não foram observadas escavações ou faveolamento. Não ocorreu diferença significativa entre os dois grupos nas frequências de internação hospitalar (p=0,064), internação no CTI (p=0,684), uso de VM (p=0,522), assim como uso de O2 na fase aguda da doença (p=0,092). Quando comparadas as frequências dos achados tomográficos entre o grupo PCC e não PCC, foi observada maior frequência com significância estatística no grupo PCC para a presença de bronquiectasias de tração (p=0,023) e para distorção arquitetural (p=0,039).   CONCLUSÃO: Nesta amostra, a Condição Pós-COVID-19 por sintomas respiratórios afeta uma parcela significativa dos pacientes, sendo a dispneia o sintoma mais prevalente. Sobre a avaliação tomográfica do tórax, a presença de aprisionamento aéreo e opacidades em vidro fosco foram os achados mais prevalentes. Entretanto, em pacientes com PCC após 30 meses da doença aguda, apenas a presença de bronquiectasias de tração e a distorção arquitetural apresentaram maior frequência com significância estatística.

Published

2025-11-12

How to Cite

Rodrigues do Amaral Azevedo, C., Ronaldo Lugon, J., Schittine Bezerra Lomba, G., Severo Alves de Melo, A., Soares de Souza, J. B., Ferreira Meireles Vahia, P., … Santos de Castro, M. C. (2025). TRINTA MESES DEPOIS DA INFECÇÃO AGUDA PELO SARS-COV-2: QUAIS SÃO OS ACHADOS TOMOGRÁFICOS DO TÓRAX EM 103 PACIENTES AVALIADOS EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO?. Revista Pulmão, 33(3), 1–2. Retrieved from https://revistapulmaorj.sopterj.com.br/index.php/ojs/article/view/75

Issue

Section

Suplementos PNEUMO-IN-RIO 2025