AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DO TÓRAX 20 MESES APÓS A INFECÇÃO AGUDA PELO SARS-COV-2 EM 90 PACIENTES ACOMPANHADOS NO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO ANTÔNIO PEDRO - UFF

Autores

  • Henrique Melo Xavier Universidade Federal Fluminense - UFF
  • Henrique Melo Xavier Universidade Federal Fluminense - UFF
  • Carla Rodrigues do Amaral Azevedo Programa de Pós-graduação em Ciências Médicas da Universidade Federal Fluminense - UFF
  • Jocemir Ronaldo Lugon Universidade Federal Fluminense - UFF
  • Camila de Melo Carvalho Nascimento Programa de Pós-graduação em Ciências Médicas da Universidade Federal Fluminense - UFF
  • Joeber Bernardo Soares de Souza Universidade Federal Fluminense - UFF
  • Paloma Ferreira Meireles Vahia Universidade Federal Fluminense - UFF
  • Isabela Pinto de Medeiros Universidade Federal Fluminense - UFF
  • Marcos César Santos de Castro Universidade Federal Fluminense - UFF

Palavras-chave:

Condição Pós-Covid-19, Covid-19, ultrassonografia pulmonar, excursão diafragmática, fração de espessamento diafragmático

Resumo

INTRODUÇÃO: A Condição Pós-Covid-19 (PCC), é caracterizada pela permanência de sintomas por mais de três meses após o término da fase aguda da doença, e é uma preocupação crescente em saúde pública, devido ao seu impacto prolongado na qualidade de vida e ao aumento da demanda por cuidados de saúde. A literatura é heterogênia sobre a prevalência da PCC, variando entre 10% a 30%. A ultrassonografia torácica, cada vez mais, é utilizada como uma importante ferramenta à beira do leito, trazendo informações importantes acerca do comprometimento do parênquima pulmonar, pleura e diafragmático. Diversos estudos descrevem os achados ultrassonográficos do tórax durante a fase aguda da doença, porém pouco se conhece acerca dos achados 20 meses após o quadro agudo.  OBJETIVO: Avaliar 90 pacientes através da ultrassonografia do tórax 20 meses após a infecção aguda pelo SARS-COV-2.  MÉTODO: Estudo observacional analítico e transversal, conduzido com 90 pacientes adultos, diagnosticados com COVID-19 atendidos no ambulatório do HUAP/UFF. Foi realizada uma avaliação ultrassonográfica do tórax 20 meses após a infecção aguda pelo SARS-COV-2, seguindo-se as Diretrizes e Recomendações Nacionais (SBPT), ou seja avaliação com US ultraportátil com sonda convexa e linear nos 12 quadrantes do tórax, para a avaliação do parênquima pulmonar, e na região subcostal no hipocôndrio direito e face lateral direita torácica para a análise diafragmática. Foi realizada uma primeira análise dos 90 pacientes, onde se identificou a prevalência de condição pós-covid por sintomas respiratórios (dispneia, tosse e/ou dor torácica) 20 meses após a infecção aguda pelo SARS-COV-2. Em uma segunda análise foram comparadas os achados ultrassonográficas do tórax (avaliação do parênquima, excursão diafragmática com respiração normal, ExcNB; profunda, ExcBD; e Fração de espessamento diaframético, FE%, espessura diafragmática na inspiração; TDI_INSP e na expiração; TDI_EXP) entre os pacientes com e sem condição pós-COVID. Foram utilizados os testes: Test-T, Exato de Fisher e Qui-quadrado para a análise estatística (SPSS v.20.0). Resultados com significância estatística com p<0,05. Projeto aprovado pelo CEP/UFF (CAAE: 76628417.0.0000.5243).  RESULTADOS: Dos 90 pacientes avaliados, 61 (67,8)% eram do sexo feminino, com média de idade 57,07±16,04 anos, peso 78,17±16,04 kg, altura de 1,62±0,08m, IMC 29,80±5,30 kg/m²). Dos 90 pacientes, 18 (20%) apresentavam PCC por sintomas respiratórios, sendo a dispneia o sintoma mais prevalente com 15 (83%) pacientes. Não ocorreu diferença estatística entre os paciente com PCC e sem PCC para pacientes com internação no CTI (p=0,528) e para aqueles que necessitam de ventilação mecânica (p=0,766), porém a frequência foi maior para internação hospitalar (p=0,020) e uso de oxigênio (0,035) nos pacientes com PCC. Acerca da análise parenquimatosa em 12 quadrantes foi evidenciada pelo menos uma alteração em 28 (31%) pacientes. Não ocorreu diferença com significância estatística acerca do comprometimento dos quadrantes entre pacientes com e sem PCC (p=0,217). Acerca dos parâmetros diafragmáticos, foram encontrados para ExcNB: 1,91±0,52cm, ExcBD: 4,24±1,18cm, TDI_INSP: 0,38±0,85cm, TDI_EXP:0,20±0,54cm e FE 90,80±41,45%. Não ocorreu diferença com significância estatística nas variáveis diafragmáticas entre os grupos PCC e não PCC (ExcNB, p=0,131; ExcBD p=0,071, TDI_INSP p=0,879; TDI_EXP p=0,512; e FE%, p=0,696).  CONCLUSÕES: A prevalência de PCC por sintomas respiratórios foi identificada em 20% da amostra. Os parâmetros aferidos pela ultrassonografia do tórax não foram capazes de justificar a presença de sintomas entre os grupos com e sem condição pós-COVID.

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Publicado

2025-11-12

Como Citar

Melo Xavier, H., Melo Xavier, H., Rodrigues do Amaral Azevedo, C., Ronaldo Lugon, J., de Melo Carvalho Nascimento, C., Bernardo Soares de Souza, J., … Santos de Castro, M. C. (2025). AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DO TÓRAX 20 MESES APÓS A INFECÇÃO AGUDA PELO SARS-COV-2 EM 90 PACIENTES ACOMPANHADOS NO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO ANTÔNIO PEDRO - UFF. Revista Pulmão, 33(3), 1–2. Recuperado de https://revistapulmaorj.sopterj.com.br/index.php/ojs/article/view/70

Edição

Seção

Suplementos PNEUMO-IN-RIO 2025