ELEVAÇÃO DE CASOS DE SILICOSE

POR QUE DEVEMOS REVISITAR UM TEMA CONSIDERADO DO PASSADO?

Authors

  • Luiza de Carvalho Rodrigues Universidade Federal Fluminense
  • Luiza Teixeira da Silva Universidade Federal Fluminense
  • Angela Santos Ferreira Nani Universidade Federal Fluminense
  • Valéria Barbosa Moreira Universidade Federal Fluminense
  • Marcos César Santos de Castro Universidade Federal Fluminense

Keywords:

Silicose, Pneumoconiose, Exposição Ocupacional

Abstract

Introdução: Nos últimos anos, o mundo tem presenciado a elevação expressiva de novos casos de silicose. Esta pneumoconiose, causada pela inalação de cristais de sílica, caracteriza-se por ser incurável e progressiva. Embora ainda frequentemente associada a atividades como mineração, construção civil e jateamento de areia, o aumento global de casos chama a atenção para os riscos crescentes entre trabalhadores expostos às pedras artificiais. Diante desse cenário, as formas clínicas recentes relacionadas a esse novo contexto de exposição apresentam uma maior prevalência de casos de silicose acelerada e fibrose maciça progressiva, tornando-se fundamental revisitar as características desta doença. Objetivos: Avaliar os parâmetros clínicos, radiológicos e funcionais de pacientes com silicose em acompanhamento regular no ambulatório de pneumologia do Hospital Universitário Antônio Pedro. Métodos: Estudo do tipo descritivo transversal realizado com 78 pacientes com diagnóstico confirmado de silicose. Foram analisados os parâmetros: sexo, idade (anos), IMC (kg/m2), tempo de exposição à sílica (TE) em anos, atividade profissional mais prevalente, classificação radiológica (simples e complicada) de acordo com a OIT, variáveis espirométricas CVF%, VEF1/CVF, VEF1%, prevalência de tabagismo, além da carga tabágica. Os resultados foram apresentados em média e desvio-padrão. Este trabalho foi aprovado pelo CEP do HUAP-UFF (CAAE: 73685317.1.00005243). Resultados: Dos 78 pacientes, todos são do sexo masculino. Quanto à classificação radiológica pela OIT, 26 (33,3%) apresentavam silicose simples e 52 (66,6%) complicada. O jateamento de areia foi a atividade profissional mais prevalente com 46 (58,9%) pacientes. As médias e desvios para idade (59,53±7,98 anos), IMC (23,53 ± 3,46 kg/m2), tempo de exposição TE (21,49±8,35 anos), horas semanais trabalhadas (47,82±9,68 horas), CVF% (78,63±19,9%), VEF1/CVF (65,81±14,15) e VEF1% (64,38±24,14%). A história prévia de tabagismo ocorreu em 56,41% dos casos (carga tabágica: 32,46±40,14 maços/ano). A prevalência de tuberculose foi de 51,72%. Conclusão: Frente ao avanço dos casos associados a novas formas de exposição, como o manuseio de pedras artificiais, a silicose reafirma-se como um desafio atual e crescente na prática médica. Conhecer as características da doença é fundamental para a correta suspeição diagnóstica e afastamento do trabalhador de suas atividades profissionais. Cabe ressaltar que os pacientes com silicose se caracterizam por tosse seca, dispneia e infiltrado intersticial nodular predominante nos lobos superiores, podendo evoluir com as formas mais graves (silicose complicada). É mandatório pensar em tuberculose em pacientes que apresentam sintomas como febre e emagrecimento.

Published

2025-11-12

How to Cite

de Carvalho Rodrigues, L., Teixeira da Silva, L., Santos Ferreira Nani, A., Barbosa Moreira, V., & Santos de Castro, M. C. (2025). ELEVAÇÃO DE CASOS DE SILICOSE: POR QUE DEVEMOS REVISITAR UM TEMA CONSIDERADO DO PASSADO?. Revista Pulmão, 33(3), 1. Retrieved from https://revistapulmaorj.sopterj.com.br/index.php/ojs/article/view/198

Issue

Section

Suplementos PNEUMO-IN-RIO 2025