A ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO ANTES E DEPOIS DA TERAPIA TRIPLA NUMA COORTE DE PACIENTES COM HIPERTENSÃO ARTERIAL PULMONAR

Authors

  • Hugo de Castro Robinson UERJ
  • Elizabeth Jahuar Cardoso Bessa UERJ
  • Bruno Rangel Antunes da Silva UERJ
  • Rogerio Lopes Rufino Alves UERJ
  • Mariana Carneiro Lopes UERJ
  • Marcelo Luiz da Silva Bandeira UERJ

Keywords:

Hipertensão Pulmonar, Terapia Tripla, Estratificação de risco

Abstract

Introdução A hipertensão arterial pulmonar (HAP) é uma condição hemodinâmica rara de caráter progressivo e com impacto significativo na qualidade de vida e na sobrevida dos pacientes. Nas últimas décadas, surgiram diversas classes de medicamentos que atuam nas diferentes vias intracelulares relacionadas à sua fisiopatologia. A estratificação de risco integra variáveis clínicas, funcionais e hemodinâmicas para estimar prognóstico. Ela tornou-se elemento central no manejo da HAP já que as diretrizes atuais recomendam o início precoce de terapia combinada, associando medicamentos com diferentes mecanismos de ação e com base na estratificação de risco, visando manter o paciente em baixo risco. Objetivo Avaliar a estratificação de risco segundo o modelo da diretriz da ESC/ERS 2022 dos pacientes acompanhados no ambulatório de hipertensão pulmonar (HP) da Policlínica Universitária Piquet Carneiro (PPC/UERJ) antes e após a introdução de terapia tripla. Métodos Foi realizada revisão dos dados do prontuário dos pacientes atendidos entre janeiro de 2022 e junho de 2025 no ambulatório de HP da PPC/UERJ. Foram incluídos pacientes com diagnóstico confirmado de HAP em terapia combinada com três classes de medicamentos e que foram estratificados antes do início da terapia tripla segundo o modelo de três estratos da diretriz ESC/ERS 2022. O seguimento foi realizado em intervalos trimestrais, até 12 meses, aplicando-se o modelo de quatro estratos da diretriz. Além das variáveis hemodinâmicas, foram avaliados NT-proBNP, teste de caminhada de 6 minutos (TC6M) e classe funcional da OMS (CF). A reavaliação de risco não era mandatória em todos os pontos trimestrais. Pacientes com dados insuficientes para a análise foram excluídos. Resultados Dos 130 pacientes com HP em acompanhamento, 65 (50%) possuíam HAP e, destes, 14 (21,5%) estavam em uso de terapia tripla. Três destes ainda não retornaram após introdução das medicações para nova estratificação de risco, resultando em 11 pacientes incluídos na análise. A média de idade dos participantes foi de 52,6±12,9 anos, sendo 90,9% do sexo feminino. Antes da introdução da terapia tripla, 90,9% estavam em alto risco e 9,1% em risco intermediário. Havia sinais ecocardiográficos de insuficiência ventricular direita em 63,6%. A mediana do NT-ProBNP foi 1037,0±18435,0 pg/mL e a média do TC6M foi 251,5±77,5 m. Quanto à classe funcional, 9,1% estavam em CF II; 54,5% em CF III e 45,4% CF IV. Quanto às medicações utilizadas, 72,7% utilizaram a combinação de iloprosta, ambrisentana e sildenafila; 9,1%, iloprosta, bosentana e tadalafila; 9,1% iloprosta, bosentana e sildenafila e 9,1% selexipague, ambrisentana e sildenafila. Após adição da terceira medicação, 63,6% dos pacientes reduziram sua estratificação de risco, embora apenas 27,3% tenham alcançado a classificação de baixo risco. Em sua última reavaliação, entre aqueles inicialmente em alto risco, 20% permaneceram nesta categoria, 30% alcançaram baixo risco, 30% risco intermediário baixo e 20% risco intermediário alto. O paciente que iniciou tratamento em risco intermediário teve risco intermediário baixo em todas as reavaliações. Conclusão A adição de um terceiro medicamento, guiada por estratificação periódica, resultou em redução na estratificação de risco da maioria dos pacientes com HAP ao longo de 12 meses, mesmo em uma coorte de perfil de gravidade elevada. Apesar das limitações relacionadas ao pequeno número de participantes e a dificuldade de acesso a terapias de alto custo, os achados reforçam a importância do tratamento combinado e escalonado segundo avaliação sistemática de risco no manejo da HAP.

Published

2025-11-12

How to Cite

de Castro Robinson, H., Jahuar Cardoso Bessa, E., Rangel Antunes da Silva, B., Lopes Rufino Alves, R., Carneiro Lopes, M., & da Silva Bandeira, M. L. (2025). A ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO ANTES E DEPOIS DA TERAPIA TRIPLA NUMA COORTE DE PACIENTES COM HIPERTENSÃO ARTERIAL PULMONAR. Revista Pulmão, 33(3), 1–2. Retrieved from https://revistapulmaorj.sopterj.com.br/index.php/ojs/article/view/113

Issue

Section

Suplementos PNEUMO-IN-RIO 2025