PAPEL DA FISIOTERAPIA EM PESSOAS COM FIBROSE CÍSTICA EM USO DE ELEXACAFTOR-TEZACAFTOR-IVACAFTOR
Keywords:
Fibrose cística, Exercício físico, Fisioterapia respiratóriaAbstract
Introdução: Após o início do uso da terapia elexacaftor-tezacaftor-ivacaftor (ETI), as pessoas com fibrose cística (PcFC) relataram redução no tempo total gasto com cuidados diários. No entanto, a terapia inalatória e o uso de dispositivos de fisioterapia respiratória continuam sendo percebidos como atividades demoradas. Objetivo: Avaliar o papel do fisioterapeuta no manejo de PcFC em uso contínuo de ETI. Métodos: Estudo transversal com amostra de conveniência composta por PcFC em acompanhamento ambulatorial regular e em uso de ETI há pelo menos 12 meses. Foram coletados dados demográficos, antropométricos, adesão ao tratamento, prática de exercícios respiratórios e atividade física, bem como ocorrência de exacerbações. Resultados: Foram incluídos 19 PcFC portadores de pelo menos uma cópia da variante F508del, sendo 37% do sexo feminino. A média de idade foi de 29 anos e o IMC médio, 23 kg/m². A adesão ao ETI foi de 100%. Exercícios respiratórios eram realizados por 47,4% da amostra, com duração média de 17 minutos/dia; destes, 67% utilizavam dispositivos auxiliares (shaker ou selo d’água). A atividade física resistida e/ou aeróbica foi praticada por 79% dos participantes, e 34% daqueles que se exercitavam ≥3 vezes/semana também realizavam exercícios respiratórios. Após o início do ETI, 15,8% necessitaram de atendimento por exacerbação. Conclusão: Em PcFC em uso de ETI, a prática regular de atividade física pode estar associada a maior tolerância ao exercício e à redução da necessidade diária de exercícios respiratórios. O fisioterapeuta mantém papel relevante no acompanhamento e na adaptação das estratégias terapêuticas nesse novo cenário clínico.


