ECOBRONCOSCOPIA LINEAR NO DIAGNÓSTICO DE DOENÇAS INFECCIOSAS

A EXPERIÊNCIA DO INSTITUTO DE DOENÇAS DO TÓRAX/UFRJ

Autores

  • Maria Clara Simões da Motta Telles Ribeiro Universidade Federal do Rio de Janeiro
  • André Welisson Marques de Araújo
  • Luis Guilherme Soares Pereira Akil
  • Marcos de Carvalho Bethlem
  • Amir Szklo
  • Vinicius Oliveira Rodrigues de Jesus
  • Bianca Peixoto Pinheiro Lucena
  • João Pedro Steinhauser Motta

Palavras-chave:

ecobroncoscopia, histoplasmose, tuberculose

Resumo

Introdução: A ecobroncoscopia (EBUS) é um procedimento realizado para diagnóstico de lesões mediastinais suspeitas. Já consolidado em neoplasias pulmonares, o EBUS também é descrito como importante ferramenta no diagnóstico de doenças infecciosas como tuberculose (TB) e histoplasmose (HP). A literatura aponta rendimentos diagnósticos variáveis (70%–90%), a depender da etiologia e dos métodos utilizados. Objetivos: Descrever uma série de casos de EBUS cujo diagnóstico final foi de doença infecciosa.  Métodos: Estudo observacional descritivo transversal com avaliação retrospectiva de dados do IDT/Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), a partir dos exames realizados entre fevereiro de 2014 e março de 2024. Foram incluídos dados de prontuário de exames de EBUS com diagnóstico final de TB, HP, paracoccidioidomicose (PCM), criptococose (CP) ou actinomicose (AM). O diagnóstico por EBUS foi definido como a obtenção de resultados citopatológicos ou microbiológicos compatíveis com a etiologia infecciosa. Foi realizada análise descritiva com apresentação dos valores absolutos e percentuais do diagnóstico de doenças infecciosas.   O presente estudo analisou dados secundários da rotina de atendimento no IDT/HUCFF. Todos os pacientes submetidos ao EBUS assinaram TCLE para a realização do exame.  Resultados: Foram analisados 57 prontuários. Os diagnósticos finais foram: 40 TB, 14 HP, 1 PCM, 1 CP e 1 AM. O EBUS definiu o diagnóstico em 85% dos indivíduos com TB (n = 34) e 86% daqueles com HP (n = 12). Dentre os pacientes com TB, o diagnóstico se deu por citopatologia sugestiva em 59% (n = 20); cultura positiva em 18% (n = 6); BAAR positivo em 9% (n = 3); e Teste Rápido Molecular positivo em 50% (n = 17). Com relação à HP, a confirmação se deu por cultura positiva em 58% (n = 7) e identificação do Histoplasma na coloração para fungos em 42% (n = 5). Nos demais, o diagnóstico se deu através de exame micológico direto e cultura positiva para Paracoccidioides; citologia com identificação de Cryptococcus após coloração especial; e na AM o resultado foi através do exame micológico direto e da cultura do fragmento de criobiópsia do linfonodo mediastinal. Devido à utilização de amostra não probabilística com limitado número de casos, não foram estimados os intervalos de confiança dado potenciais imprecisões.  Conclusão: Na experiência do IDT/UFRJ, o método de EBUS mostrou-se peça importante na definição diagnóstica de doenças infecciosas, destacando-se a TB e HP. Estes achados estão em sintonia com estudos publicados na literatura. Dentre as técnicas de confirmação, demonstraram melhores resultados para TB a citopatologia e o teste rápido molecular, e para HP, a cultura do fungo. Tais achados são relevantes em nosso cenário, onde essas patologias são endêmicas e a alternativa a realização do EBUS é a mediastinoscopia, procedimento cirúrgico mais invasivo, associado a maior custo e morbidade.

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Publicado

2025-11-12

Como Citar

Simões da Motta Telles Ribeiro, M. C., Marques de Araújo, A. W., Soares Pereira Akil, L. G., de Carvalho Bethlem, M., Szklo, A., Oliveira Rodrigues de Jesus, V., … Steinhauser Motta, J. P. (2025). ECOBRONCOSCOPIA LINEAR NO DIAGNÓSTICO DE DOENÇAS INFECCIOSAS: A EXPERIÊNCIA DO INSTITUTO DE DOENÇAS DO TÓRAX/UFRJ. Revista Pulmão, 33(3), 1. Recuperado de https://revistapulmaorj.sopterj.com.br/index.php/ojs/article/view/100

Edição

Seção

Suplementos PNEUMO-IN-RIO 2025