PERFIL CLÍNICO E COMPLICAÇÕES DA TORACOCENTESE EM PACIENTES COM DERRAME PLEURAL

ESTUDO RETROSPECTIVO DE 222 CASOS EM HOSPITAL TERCIÁRIO

Autores

  • Daniel Luiz Messias Pereira Hospital Universitário Gaffrée e Guinle
  • Mateus Freire Moraes Hospital Universitário Gaffrée e Guinle
  • Renato Prado Abelha Hospital Universitário Gaffrée e Guinle
  • Isadora Milagre de Almeida UNIRIO

Palavras-chave:

Derrame pleural, Toracocentese, Pneumotórax

Resumo

Introdução O derrame pleural é uma condição clínica comum que pode decorrer de diversas etiologias, como insuficiência cardíaca, infecções, neoplasias e doenças autoimunes. O diagnóstico e o manejo adequado são essenciais para evitar desfechos adversos. A toracocentese é o principal procedimento diagnóstico e terapêutico, mas pode apresentar complicações. Conhecer o perfil epidemiológico dos pacientes, as características do derrame (incluindo lateralidade) e os riscos envolvidos é crucial para aprimorar a prática clínica. Objetivos Descrever o perfil epidemiológico de pacientes com derrame pleural submetidos à toracocentese, avaliar a lateralidade do derrame pleural, analisar a ocorrência de complicações relacionadas à toracocentese e avaliar a segurança do procedimento na prática clínica. Métodos Tipo de estudo: Estudo transversal, observacional e retrospectivo. Amostra: 222 pacientes adultos atendidos em hospital público terciário entre novembro de 2020 e abril de 2025. Critérios de inclusão: Diagnóstico de derrame pleural confirmado por imagem (RX ou TC). Submetidos à toracocentese diagnóstica ou terapêutica. Dados coletados: Demográficos: idade, sexo. Dados clínicos: comorbidades associadas, lateralidade do derrame, ocorrência de complicações, necessidade de drenagem torácica. Resultados A amostra foi composta por 222 pacientes, dos quais 58,6% (n=130) eram do sexo masculino, com média de idade de 54 anos e moda de 80 anos. As comorbidades mais prevalentes foram hipertensão arterial sistêmica (17%; n=38), tabagismo ativo (12,5%; n=28), neoplasias (10,7%; n=24), tuberculose (5,4%; n=12), diabetes mellitus (4,5%; n=10) e insuficiência cardíaca (4%; n=9). A lateralidade predominante do derrame pleural foi à direita (52,7%; n=117). Todos os procedimentos foram realizados sob orientação ultrassonográfica. As complicações observadas incluíram reação vagal em 14% dos casos, sendo considerada clinicamente relevante em 1% deles e pneumotórax em 2,7% dos procedimentos. Todas as intercorrências foram resolvidas, sem evolução para eventos graves, e apenas oito pacientes necessitaram de drenagem pleural. Conclusões O perfil dos pacientes com derrame pleural é majoritariamente masculino, idoso e não é raro a presença de comorbidades cardiovasculares e neoplásicas. A toracocentese, especialmente com uso de imagem, é um procedimento seguro e as complicações foram raras e em geral leves. Esses achados reforçam a importância do uso rotineiro da ultrassonografia como método auxiliar para aumentar ainda mais a segurança da toracocentese, reduzindo riscos e otimizando a conduta em pacientes com derrame pleural.

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Publicado

2025-11-12

Como Citar

Messias Pereira, D. L., Freire Moraes, M., Prado Abelha, R., & Milagre de Almeida, I. (2025). PERFIL CLÍNICO E COMPLICAÇÕES DA TORACOCENTESE EM PACIENTES COM DERRAME PLEURAL: ESTUDO RETROSPECTIVO DE 222 CASOS EM HOSPITAL TERCIÁRIO. Revista Pulmão, 33(3), 1. Recuperado de https://revistapulmaorj.sopterj.com.br/index.php/ojs/article/view/77

Edição

Seção

Suplementos PNEUMO-IN-RIO 2025