PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO DAS INTERNAÇÕES POR TUBERCULOSE PULMONAR NO RIO DE JANEIRO DE 2012 A 2023

Resumo

Introdução: A tuberculose pulmonar continua sendo um grave problema de saúde pública no Brasil, com destaque para o estado do Rio de Janeiro, que historicamente apresenta altas taxas da doença. As internações por tuberculose refletem não apenas a gravidade clínica dos casos, mas também desigualdades sociais e barreiras no acesso ao diagnóstico e tratamento precoce. Fatores como faixa etária, sexo e cor/raça influenciam diretamente na distribuição da doença, revelando perfis populacionais mais vulneráveis. Objetivos: Descrever o perfil epidemiológico das internações por tuberculose pulmonar no Rio de Janeiro entre 2012 e 2023, com foco nas variáveis de sexo, idade e cor/raça, a fim de contribuir para estratégias de enfrentamento mais equitativas e eficazes. Métodos: Trata-se de um estudo descritivo e retrospectivo sobre o perfil demográfico dos pacientes internados devido a tuberculose pulmonar no Estado do Rio de Janeiro de 2012 a 2023, a partir de dados do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS) disponível no DATASUS. Os dados foram estratificados por sexo, idade e cor/raça. Resultados: No período analisado, o Rio de Janeiro registrou 13.551 internações por tuberculose pulmonar, o que representa cerca de 11% das internações nacionais e coloca o Rio de Janeiro em 2º lugar na quantidade de internações por tuberculose pulmonar, perdendo apenas para São Paulo. A quantidade de internações por tuberculose pulmonar no Rio de Janeiro sofreu uma baixa variação ao longo dos anos, sendo o maior número em 2023 com 1.662 internações e o menor em 2014, com 825 casos. Quanto ao perfil demográfico, 7679 (56%) eram pretos ou pardos e apenas 15% (2058) eram brancos. Em relação ao sexo, 73% eram do sexo masculino e apenas 27% do sexo feminino. A faixa etária mais acometida foi dos 20 aos 59 anos, sendo responsável por 76% das internações. Conclusão: Os dados analisados revelam que a tuberculose pulmonar mantém-se como uma importante causa de internações no estado do Rio de Janeiro, com predomínio entre homens jovens e adultos, especialmente na faixa etária de 20 a 59 anos. A maioria dos casos acometeu indivíduos pretos ou pardos, evidenciando a persistência de desigualdades sociais e raciais no adoecimento e na necessidade de internação por tuberculose. Esses achados reforçam a importância de políticas públicas que priorizem o diagnóstico precoce, o acesso ao tratamento e ações de prevenção voltadas para os grupos populacionais mais vulneráveis. A compreensão do perfil epidemiológico das internações é fundamental para o fortalecimento de estratégias regionais mais eficazes e equitativas no enfrentamento da tuberculose no estado.