PARA ALÉM DOS PULMÕES

A DOENÇA PULMONAR PÓS-TUBERCULOSE IMPACTA FORTEMENTE A FORÇA MUSCULAR PERIFÉRICA DESSES INDIVÍDUOS

Autores

  • Aline Mendes Leal Rodrigues de Souza Centro Universitário Augusto Motta
  • Sydnei de Oliveira Junior Universidade do Estado do Rio de Janeiro
  • Pedro Henrique Perpétuo de Lima Silva Centro Universitário Augusto Motta
  • Laura Lima da Silva Centro Universitário Augusto Motta
  • Alicia Sales Carneiro Universidade do Estado do Rio de Janeiro
  • Walter Costa Universidade do Estado do Rio de Janeiro
  • Ana Paula Gomes dos Santos Universidade do Estado do Rio de Janeiro
  • Agnaldo José Lopes Centro Universitário Augusto Motta e Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Palavras-chave:

Tuberculose, Exercício, Músculos, Testes de função pulmonar

Resumo

Introdução: A tuberculose (TB) afeta principalmente os pulmões, e muitos pacientes apresentam sequelas, incluindo perda da função pulmonar e declínio na qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS), apesar da cura bacteriológica. Embora a doença pulmonar pós-tuberculose (DPPT) seja uma preocupação crescente em todo o mundo devido ao mau funcionamento físico, pouco se sabe sobre a disfunção muscular periférica.  Objetivos: Avaliar o desempenho dos pacientes durante o teste de AVD-Glittre (TGlittre) e analisar sua associação com função muscular, função pulmonar e QVRS.  Método: Este estudo transversal incluiu 47 pacientes com DPPT submetidos ao TGlittre. Também foram avaliadas a força muscular respiratória, a força de preensão manual (FPM), a força muscular do quadríceps (FMQ) e a QVRS dos pacientes usando o Medical Outcomes Study 36-Item Short-Form Health Survey (SF-36). O protocolo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do HUPE-UERJ, sob o parecer CAAE:60580022.1.0000.5235.    Resultados: A FPM e a FMQ foram reduzidas em 34% e 25,5% dos participantes, respectivamente. A espirometria mostrou padrão obstrutivo, padrão restritivo e padrão normal em 46,8%, 31,9% e 21,3% dos participantes, respectivamente, enquanto 42,6% deles tinham redução da capacidade de difusão dos pulmões para o monóxido de carbono (DLCO). A mediana do tempo de TGlittre foi de 4,43 (3,48–4,96) min, que foi cerca de 15% a mais do que o tempo esperado para completá-lo segundo as equações brasileiras de Reis (2018). Houve uma correlação significativa entre o tempo do TGlittre e a DLCO (rs = -0,532, P < 0,0002), pressão inspiratória máxima (rs = -0,407, P = 0,005), pressão expiratória máxima (rs = -0,382, P = 0,008), FPM (rs = -0,327, P = 0,024), FMQ (rs = -0,314, P = 0,031) e vários domínios do SF-36. Na análise de regressão, DLCO, FMQ e FPM explicaram 39% da variabilidade do tempo do TGlittre.   Conclusão: A DPPT impacta importantemente a capacidade funcional, conforme determinado pelo TGlittre. Esses pacientes apresentam disfunção muscular, piora da QVRS e comprometimento da função pulmonar. A redução da difusão pulmonar e a diminuição da força muscular periférica (FMP) estão independentemente associadas à menor capacidade funcional. Portanto, estratégias de reabilitação são cruciais para melhorar o atendimento a esse grupo de pacientes. Este é o primeiro estudo que utiliza o TGlittre para explorar a FMP em pessoas com DPPT.

Downloads

Publicado

2025-11-12

Como Citar

Mendes Leal Rodrigues de Souza, A., de Oliveira Junior, S., Perpétuo de Lima Silva, P. H., Lima da Silva, L., Sales Carneiro, A., Costa, W., … Lopes, A. J. (2025). PARA ALÉM DOS PULMÕES: A DOENÇA PULMONAR PÓS-TUBERCULOSE IMPACTA FORTEMENTE A FORÇA MUSCULAR PERIFÉRICA DESSES INDIVÍDUOS. Revista Pulmão, 33(3), 1. Recuperado de https://revistapulmaorj.sopterj.com.br/index.php/ojs/article/view/264

Edição

Seção

Suplementos PNEUMO-IN-RIO 2025