MOTIVAÇÃO PARA INTERRUPÇÃO DO TABAGISMO EM UM PROGRAMA DE TRATAMENTO DE TABAGISMO EM HOSPITAL TERCIÁRIO

Autores

  • Bianca Alves de Oliveira Universidade Federal Fluminense
  • Emanuela Queiroz Bellan Universidade Federal Fluminense
  • Carolina Vasconcelos Novaes Universidade Federal Fluminense
  • Maria Eduarda Monteiro de Paiva Universidade Federal Fluminense
  • Eduardo Ferreira Ayub Santos Universidade Federal Fluminense
  • Dario Barreto Reino de Almeida Universidade Federal Fluminense
  • Mariah Nascimento Peres Universidade Federal Fluminense
  • Carlos Leonardo Carvalho Pessôa Universidade Federal Fluminense

Palavras-chave:

Tabagismo, Motivação, Tratamento de tabagismo

Resumo

Introdução: A motivação é um dos fatores fundamentais para que o fumante tenha, não só a iniciativa, mas o êxito na tentativa de parar de fumar. Objetivo: Identificar o nível de motivação dos participantes de um programa de tratamento de tabagismo em suas primeiras consultas. Métodos: Dados de questionários preenchidos por pacientes do programa de controle e tratamento de tabagismo da Universidade Federal Fluminense. Os participantes tiveram seus níveis de motivação para a cessação do tabagismo avaliados de duas formas. Através do teste de Richmond (TR), com 4 perguntas. Um item pontua de 0 a 1 ponto: Gostaria de parar de fumar se pudesse fazê-lo facilmente? (sim, não). Os demais itens pontuam de 0 a 3 pontos: Tem vontade de deixar de fumar? (nada, pouco, alguma, muito); você tentará parar de fumar nas próximas duas semanas? (não, duvido, provável, sim); você acha que em seis meses não fumará? (não, duvido, provável, sim). Considerou-se a seguinte classificação: de 0 a 5 pontos, pouca ou baixa motivação, de 6 a 7 pontos motivação moderada e 8 a 10, alta motivação para parar de fumar. Essa variável foi dicotomizada para os subgrupos: motivação moderada/baixa (0 a 7 pontos) e motivação alta (8 a 10 pontos). Utillizou-se também o modelo de DiClemente e Prochaska (MTDP) em estágios de pré-contemplação, contemplação, preparação e ação. Esses estágios correspondem, respectivamente, ao tabagista sem intenção de parar de fumar, ao que manifesta essa intenção, ao que tem intenção e já possui planejamento concreto para tal e ao que já cessou o tabagismo. Essa variável foi dicotomizada em PCC (pré-contemplação e contemplação) e PAM (preparação e ação/manutenção). Os dados foram analisados através do programa estatístico epi info 7.2. utilizando-se para verificação de associação entre as variáveis o teste do qui-quadrado. O nível de significância estatística adotado foi de p≤ 0,05. Resultados: Setenta e quatro pacientes incluídos, 59 (78,7%) do sexo feminino, entre 25 e 78 anos. Média: 61,8±8,1. No TR, 9 (12,0%) tinham baixa motivação, 18 (24,0%) motivação moderada e 48 (64,0%) motivação alta. Vinte e três (30,7%) dos pacientes com motivação alta alcançaram a pontuação máxima. Assim, 28 (37,3%) apresentaram motivação moderada/baixa e 47 (62,7%) motivação alta. A média de pontuação obtida foi de 7,9 pontos. No MTDT, 3 (4,0%) estavam na fase de pré contemplação, 35 (47,3%) em contemplação, 34 (46,0%) em preparação e 2 (2,7%) na fase de ação. Assim, considerou-se 38 (51,4%) no PCC e 36 (48,7%) no PAM. Observou-se associação entre as variáveis dicotomizadas do TR e o MTDP (p<0,01), entre interrupção de tabagismo ao fim do tratamento e motivação alta no TR e também entre interrupção de tabagismo ao fim do tratamento e o MTDP. Trinta e seis (48%) pacientes interromperam o tabagismo. Discussão: Cerca de 1/3 dos pacientes tinham motivação elevada segundo o TR e quase metade estava em fase de preparação ou ação, de acordo com o MTDP. Considerou-se motivação média do grupo como boa. A motivação é ferramenta fundamental para o sucesso na interrupção do tabagismo. Os pacientes que iniciam o tratamento motivados, momento em que se preenche o questionário, tem maior probabilidade de sucesso. Aos que não chegam motivados, aventa-se que acolhimento, informação e o contato com componentes do grupo motivados, possam interferir em sua própria motivação e no seu resultado, pois apesar de não serem maioria, um paciente em fase de pré contemplação e 11 em fase de contemplação pararam de fumar e 6 pacientes com pontuações ≤ 6 no TR também.  Conclusão: O percentual de pacientes com motivação elevada variou de 42% no MTDT e 58% no TR. Considerou-se boa o nível de motivação da casuística. Os dois testes utilizados se confirmam como válidos para avaliação de motivação para interrupção do tabagismo e se equivalem.

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Publicado

2025-11-12

Como Citar

Alves de Oliveira, B., Queiroz Bellan, E., Vasconcelos Novaes, C., Monteiro de Paiva, M. E., Ferreira Ayub Santos, E., Barreto Reino de Almeida, D., … Carvalho Pessôa, C. L. (2025). MOTIVAÇÃO PARA INTERRUPÇÃO DO TABAGISMO EM UM PROGRAMA DE TRATAMENTO DE TABAGISMO EM HOSPITAL TERCIÁRIO. Revista Pulmão, 33(3), 1–2. Recuperado de https://revistapulmaorj.sopterj.com.br/index.php/ojs/article/view/227

Edição

Seção

Suplementos PNEUMO-IN-RIO 2025