PERFIL CLÍNICO DE PACIENTES COM DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA PARTICIPANTES DE UM SERVIÇO DE REABILITAÇÃO PULMONAR ATRAVÉS DA DANÇA
Palavras-chave:
Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, Pacientes Ambulatoriais, Serviços de ReabilitaçãoResumo
Introdução: A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é caracterizada por uma obstrução do fluxo aéreo pulmonar. Dentro de possíveis intervenções, a reabilitação pulmonar (RP) é composta por exercícios específicos com intuito de melhorar a capacidade funcional e respiratória do paciente, gerando melhorias em sua qualidade de vida. Objetivo: Traçar o perfil clínico de pacientes com DPOC participantes de um serviço de RP através da dança. Métodos: Trata-se de um estudo observacional, transversal, descritivo de abordagem quantitativa. O estudo foi realizado na Policlínica Piquet Carneiro (PPC/UERJ) no período de Abril a Agosto de 2025. A técnica de amostragem foi do tipo não probabilística, obedecendo a demanda da rotina do setor. Foram incluídos no estudo pacientes com diagnóstico de DPOC, com idade acima de 40 anos, com ausência de exacerbação aguda nos últimos 30 dias e fazendo uso regular de suas medicações. Foram excluídos pacientes com incapacidade cognitiva, com dados incompletos e que não assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Foram coletados os dados sociodemográficos (idade e sexo) e clínicos (Índice de Massa Corpórea [IMC], classificação Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease [GOLD], modified Medical Research Council Dyspnea Scale [mMRC], Teste de Caminhada de Seis Minutos [TC6M], Dinamometria, Manovacuometria - Pressão Inspiratória Máxima [PiMáx], Tipo de Terapia Medicamentosa, Índice de Tiffeneau-Pinelli [IT] e o Volume Expiratório Forçado no Primeiro Segundo [VEF1]). Após a conclusão da avaliação, os dados serão analisados e correlacionados entre si. O estudo se encaixa como parte assistencial de um estudo submetido ao Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) do Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE), aprovado com o número de parecer 255.321. Resultados: Foram avaliados 11 pacientes, com idade média de 67±9 anos, predomínio para o sexo feminino (n=9; 82%) e IMC médio de 27±7 kg/m². Referente ao perfil de DPOC dos pacientes, a classificação GOLD teve prevalência da categoria “3B” (n=5; 45%), mMRC médio de 3±1, distância média do TC6M de 291±79m, dinamometria de 23±7kgf, PiMáx média de -49±-22cmH2O, o tipo de terapia medicamentosa foi majoritariamente tripla (n=9; 82%), IT médio de 60±14% (77±18%) e VEF1 médio de 1,16±0,35L (51±14%). Após a análise da espirometria, observou-se que os valores indicam um perfil de pacientes obstrutivos moderados. Entretanto, 5 pacientes apresentaram VEF1<50% predito, resultado que está relacionado com uma pior sobrevida. Verificou-se que o baixo valor do TC6M, considerado insatisfatório de acordo com Celli et al. 2016, está diretamente ligado à baixa capacidade funcional dos participantes avaliada na dinamometria e a um maior risco de mortalidade dos participantes segundo Holland; Spruit; Troosters, 2014. Ademais, o alto valor do mMRC e da classificação GOLD demonstram um quadro clínico significativamente desfavorável, e corroboram com o valor reduzido da PiMáx, o qual foi calculado 62% do valor predito para o sexo feminino de acordo com Neder et al., 1999. Conclusão: O perfil clínico dos participantes do serviço de RP é de pacientes prevalentemente com grau obstrutivo moderado, GOLD “3B” (n=5; 45%) e mMRC 3±1, os quais apresentam manifestações clínicas significativas, e portanto demandam a necessidade da realização do protocolo de RP através da dança.


