CONCORDÂNCIA ENTRE FERRAMENTAS DE AVALIAÇÃO DE FRAGILIDADE EM PACIENTES COM DOENÇA PULMONAR INTERSTICIAL

ESTUDO PRELIMINAR

Autores

  • Luiz Carlos de Paula Junior Universidade Federal do Rio de Janeiro
  • Veronica Garcia Tavares Universidade Federal do Rio de Janeiro
  • Yasmin Werneck de Oliveira Universidade Federal do Rio de Janeiro
  • Gean dos Santos Alves Universidade Federal do Rio de Janeiro
  • Matheus de Freitas Leão Universidade Federal do Rio de Janeiro
  • Nina Rocha Godinho dos Reis Visconti Universidade Federal do Rio de Janeiro
  • Nadja Polisseni Graça Universidade Federal do Rio de Janeiro
  • Alessandra Choqueta de Toledo Arruda Universidade Federal do Rio de Janeiro

Palavras-chave:

Fragilidade, Doença Pulmonar Intersticial, Avaliação

Resumo

Introdução: A fragilidade física é uma manifestação prevalente e clinicamente importante nas doenças respiratórias crônicas, incluindo as doenças pulmonares intersticiais (DPI). Nestas condições, caracterizadas por processo inflamatório e fibrose pulmonar progressiva, a fragilidade associa-se a redução da capacidade funcional, pior qualidade de vida e maior mortalidade. Embora a European Respiratory Society (ERS) e a American Thoracic Society (ATS) recomendem o Short Physical Performance Battery (SPPB) como ferramenta de rastreamento da fragilidade, inúmeros estudos e serviços utilizam a escala de fragilidade devido à facilidade e praticidade de aplicação na rotina clínica. Objetivo: Investigar a concordância entre o SPPB e a escala de fragilidade na avaliação de fragilidade em pacientes com DPI. Métodos: Estudo clínico transversal realizado no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho da UFRJ (CAAE 69648323200005257). Foram recrutados 26 pacientes com DPI diagnosticados através de espirometria e achados clínicos, dos quais 14 foram incluídos na análise. Esses pacientes (9 mulheres, idade média de 57±14 anos, DLCO de 33 ± 3%) apresentavam redução da capacidade funcional (63±20% do predito alcançado no teste de caminhada de 6 minutos). Todos foram submetidos à avaliação de fragilidade com SPPB e escala de fragilidade clínica, além de avaliação de sintomas psicológicos (ansiedade, depressão, estresse) e dispneia (mMRC e Dispneia-12). Resultados: A avaliação pelo SPPB identificou 7% dos pacientes como frágeis (≤7 pontos), 64% como pré-frágeis (8-9 pontos) e 29% como não-frágeis (≥10 pontos). A concordância entre o SPPB e a escala de fragilidade foi extremamente baixa e não significativa (Kappa = 0,041; p = 0,755). O desempenho no teste de caminhada de 6 minutos foi de 63 ± 20% do valor predito, indicando comprometimento funcional. Pacientes frágeis apresentaram maiores níveis de estresse em comparação aos não frágeis (p = 0,023). Conclusão: Os achados mostram que o uso do SPPB ou da escala de fragilidade pode levar a interpretações distintas em pacientes com DPI. Indivíduos frágeis apresentaram maior estresse, indicando que a fragilidade nessa população não se limita ao aspecto físico, mas também envolve o componente psicológico.

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Publicado

2025-11-12

Como Citar

de Paula Junior, L. C., Garcia Tavares, V., Werneck de Oliveira, Y., dos Santos Alves, G., de Freitas Leão, M., Rocha Godinho dos Reis Visconti, N., … Choqueta de Toledo Arruda, A. (2025). CONCORDÂNCIA ENTRE FERRAMENTAS DE AVALIAÇÃO DE FRAGILIDADE EM PACIENTES COM DOENÇA PULMONAR INTERSTICIAL: ESTUDO PRELIMINAR. Revista Pulmão, 33(3), 1. Recuperado de https://revistapulmaorj.sopterj.com.br/index.php/ojs/article/view/170

Edição

Seção

Suplementos PNEUMO-IN-RIO 2025