AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DO TÓRAX EM PACIENTES COM ANEMIA FALCIFORME
Palavras-chave:
anemia falciforme, ultrassonografia pulmonar, excursão diafragmática, espessamento diafragmático, fração de espessamento diafragmáticoResumo
INTRODUÇÃO: A ultrassonografia do tórax tem se mostrado uma ferramenta diagnóstica e de seguimento promissora na avaliação de doenças pulmonares agudas e crônicas. Em pacientes com anemia falciforme, as manifestações respiratórias são frequentes, predominando a dispneia e tosse. Neste estudo avaliamos os achados ultrassonográficos do tórax em 26 pacientes com diagnóstico de anemia falciforme em atendimento no ambulatório de Pneumologia do Hospital Universitário Antônio Pedro/UFF. OBJETIVO: Descrever os achados ultrassonográficos do tórax em vinte e seis pacientes com diagnóstico de anemia falciforme em atendimento no ambulatório de Pneumologia do Hospital Universitário Antônio Pedro. MÉTODOS: Foi realizado um estudo observacional e transversal, onde foi realizada uma avaliação ultrassonográfica do tórax 26 pacientes com diagnóstico de anemia falciforme, seguindo-se as Diretrizes e Recomendações Nacionais (SBPT), ou seja avaliação com US ultraportátil com sonda convexa e linear nos 12 quadrantes do tórax, para a avaliação do parênquima pulmonar, e na região subcostal no hipocôndrio direito e face lateral direita torácica para a análise diafragmática com as seguintes variáveis: parênquima (linhas A, B, C e D), excursão diafragmática com respiração normal, ExcNB; profunda, ExcBD; e Fração de espessamento diafragmático, FE%, espessura diafragmática na inspiração; TDI_INSP e na expiração; TDI_EXP. Para cada variável diafragmática avaliada, foi contabilizada para o estudo o maior valor após três aferições realizadas. Para a análise estatística foi utilizado o software SPSS v.20.0. Este projeto foi aprovado pelo CEP/UFF (CAAE: 74130523.5.00005243). RESULTADOS: Dos 26 pacientes avaliados, 16 (62%) eram do sexo feminino, com média de idade 39,88±13,16 anos, peso 57,30±15,19 kg, altura de 1,62±0,34m, IMC 20,22,80±5,36 kg/m²). Dispneia (73%) e tosse (23%) foram os sintomas respiratórios mais prevalentes. Para a escala de dispneia mMRC, as classificações de mMRC 1 e 2 foram as mais prevalentes (42%). Dos 26 exames ultrassonográficos, 8 (31%) apresentaram alguma alteração parenquimatosa, sendo a presença de linhas B a mais prevalente (75%). Acerca dos parâmetros diafragmáticos, foram encontrados para ExcNB: 2,21±0,68cm, ExcBD: 4,54±1,02cm, TDI_INSP: 0,36±0,09cm, TDI_EXP:0,20±0,07cm e FE 85,97±31,40%. Disfunção diafragmática e movimento diafragmático paradoxal não foram observados. CONCLUSÕES: A prevalência de sintomas respiratórios nesta amostra foi elevada, sendo a dispneia a mais prevalente, com 19 (73%) pacientes. Neste estudo, poucas alterações diafragmáticas foram encontradas não sendo capaz, desta forma, de justificar a alta prevalência de dispneia nesta amostra.


