CRIOBIÓPSIA MEDIASTINAL TRANSBRÔNQUICA GUIADA POR EBUS

DADOS DO IDT/UFRJ

Autores

  • Vinicius Oliveira Rodrigues de Jesus IDT/UFRJ
  • Carolina Wilbert Baisch IDT/UFRJ
  • Marcos de Carvalho Bethlem IDT/UFRJ
  • Maria Clara Simões da Motta Telles Ribeiro IDT/UFRJ
  • Amir Szklo IDT/UFRJ
  • José Luiz dos Reis Queiroz Junior IDT/UFRJ
  • João Pedro Steinhauser Motta IDT/UFRJ

Palavras-chave:

Criobiópsia, EBUS, Lesões mediastinais

Resumo

Introdução: A criobiópsia mediastinal transbrônquica guiada por ultrassonografia endobrônquica (EBUS-TBMC) é um exame que se destaca por proporcionar fragmentos maiores em comparação com a punção aspirativa guiada por EBUS (EBUS-TBNA). Além disso, a criobiópsia mantém a arquitetura do tecido preservada e possibilita análise histopatológica do material. Essas características aumentam o rendimento diagnóstico do procedimento principalmente nas doenças linfoproliferativas, inflamatórias e nos tumores raros, em que apenas a avaliação citológica mostra-se insuficiente em muitos casos. Objetivo: Avaliar o rendimento diagnóstico e a segurança da EBUS-TBMC, comparando-a com a EBUS-TBNA especialmente em lesões mediastinais que requerem histopatologia. Métodos: Estudo retrospectivo que utilizou dados de prontuário do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho da Universidade Federal do Rio de Janeiro (HUCFF-UFRJ) entre agosto de 2023 e junho de 2025. Foram recrutados pacientes com lesão mediastinal igual ou superior a 1cm. Os procedimentos ocorreram sob anestesia geral ou sedação. Inicialmente, foi feita a abordagem EBUS-TBNA, com pelo menos três passagens na lesão, seguida pela EBUS-TBMC com tempo de congelamento entre três e cinco segundos. Por se tratar de análise retrospectiva de prontuário, não foi necessária aprovação do Comitê de Ética, já que todos os pacientes haviam assinado o termo de consentimento livre e esclarecido antes do exame. Resultados: 56 pacientes foram submetidos ao procedimento. O rendimento diagnóstico foi de 51,78% para a EBUS-TBNA e de 87,5% para a EBUS-TBMC. A EBUS-TBMC foi decisiva para o diagnóstico de 26 pacientes: 10 casos de sarcoidose, 3 de tumor neuroendócrino, 3 de histoplasmose, 2 de linfoma, seguidos de 1 caso de actinomices, doença por IgG 4, silicose, teratoma, mieloma múltiplo, tuberculose, carcinoma de não pequenas células indiferenciado e inflamatório reacional inespecífico. A EBUS-TBNA se equiparou à EBUS-TBMC em 14 dos 15 casos de neoplasias pulmonares diagnosticadas corroborando a sua eficácia nessas doenças. Houve 1 caso de sangramento necessitando de interrupção precoce do exame, porém não houve ocorrência de pneumotórax ou óbitos relacionados ao procedimento.  Conclusão: A EBUS-TBMC é uma técnica segura, podendo ser realizada em esquema de hospital dia, responsável por aumentar o rendimento diagnóstico das biópsias, principalmente quando indicada nos casos de suspeita de doenças linfoproliferativas, tumores raros e lesões granulomatosas benignas. Entretanto, o custo da sonda de criobiópsia ainda é uma barreira que deve ser considerada. A EBUS-TBNA permanece como método de escolha para diagnóstico de metástases linfonodais, permitindo as análises imunohistoquímicas e moleculares em neoplasias pulmonares. Esse dado foi corroborado pelo presente estudo, que mostrou uma pequena diferença diagnóstica entre a EBUS-TBNA e a EBUS-TBMC nesses casos. O fato de se tratar de um estudo realizado em centro de referência pacientes em investigação de doenças incomuns provavelmente ocasionou um viés de seleção, comprometendo o rendimento da EBUS-TBNA frente à literatura, além de não disponibilizarmos de patologia em sala durante o procedimento, fato que pode contribuir com menor número de amostras significativas.

Downloads

Publicado

2025-11-12

Como Citar

Rodrigues de Jesus, V. O., Wilbert Baisch, C., de Carvalho Bethlem, M., Simões da Motta Telles Ribeiro, M. C., Szklo, A., dos Reis Queiroz Junior, J. L., & Steinhauser Motta, J. P. (2025). CRIOBIÓPSIA MEDIASTINAL TRANSBRÔNQUICA GUIADA POR EBUS: DADOS DO IDT/UFRJ. Revista Pulmão, 33(3), 1–2. Recuperado de https://revistapulmaorj.sopterj.com.br/index.php/ojs/article/view/96

Edição

Seção

Suplementos PNEUMO-IN-RIO 2025